Empresário do ramo de publicidade é investigado por oferecer propina a servidores para podar árvores em frente a outdoors colocados por ele, no PR
Promotor fala sobre investigação de empresário suspeito de corromper servidores no PR Um empresário do ramo de publicidade está sendo investigado por ofere...
Promotor fala sobre investigação de empresário suspeito de corromper servidores no PR Um empresário do ramo de publicidade está sendo investigado por oferecer propina a servidores públicos de Maringá, no norte do Paraná. Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR) eles recebiam o pagamento para podar e cortar árvores em frente a outdoors e placas colocas pelo empresário. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa dele na quinta-feira (23). Um celular, um notebook e documentos foram aprendidos e serão periciados. Essa foi a segunda fase da Operação PIX, que está investigando crimes de corrupção praticados por servidores públicos da área de arborização da Prefeitura de Maringá. Em setembro de 2024, quatro deles foram alvo de mandados de busca e apreensão. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Maringá no WhatsApp Segundo o promotor Leonardo Vilhena, foi possível chegar ao empresário a partir dos celulares aprendidos na primeira fase da operação. O nome dele não foi divulgado, pois a investigação está em sigilo. O g1 tenta localizar defesa dele. O promotor explicou que a suspeita é de que o empresário pagava propina aos servidores públicos para poder furar a fila de protocolos de poda e remoção de árvores. Durante a investigação, foi apurado os pagamentos - feitos por PIX - aconteceram por pelo menos 15 vezes e começaram em 2020. "Esses servidores simplesmente ignoravam essa listagem e faziam a ordem que preferiam. Esse era dos grandes motivos pelos quais a a fila pra não andava, ou seja, outras árvores eram passadas na frente. Pessoas que nem tinham protocolos às vezes conseguiam esse tipo de serviço", explicou o promotor. Segundo o Portal da Transparência de Maringá, atualmente existem 5856 protocolos abertos para remoção e poda de árvores. Leia também: Conheça o Tooro Nagashi: Ritual japonês em homenagem aos mortos ilumina represa com milhares de lanternas flutuantes Herói: considerado culpado de sumir com galinhas, vira-lata 'prova inocência' botando onças para correr em sítio Lote 4 das rodovias do Paraná: veja valores das tarifas de pedágio após resultado do leilão desta quinta-feira (23) Primeira fase da operação MP investiga cobrança de propina para poda e corte de árvores no PR Os quatro servidores investigados na primeira fase da operação foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) na quinta-feira (23), por 12 crimes de corrupção ativa. Segundo o promotor, os servidores chegaram a cobrar R$ 2 mil de empresas e entre R$ 400 e R$ 600 de moradores. Ele informou que a investigação começou quando uma pessoa - que fez um dos pagamentos - denunciou o caso ao se sentir constrangida pelos servidores. "Nós verificamos pelo menos três outros munícipes, um deles pessoa jurídica, que vieram aqui e explicaram o que aconteceu e disseram: 'Nós realmente pagamos, pois foi exigido da gente esse dinheiro sob pena da gente não ter como suprimir ou podar aquela árvore que estava significando um risco para o estabelecimento comercial ou família, já que poderia vir a cair'", disse o promotor. Posteriormente, um servidor registrou um boletim de ocorrência. Na denúncia, ele alegou que foi transferido de setor de corte e poda da prefeitura após o chefe dizer que ele estaria entre os servidores que estavam recebendo propina. Contudo, o homem alegou que não recebeu dinheiro e foi trocado de setor onde recebia bonificações salariais pelo trabalho. Por se sentir lesado, ele registrou a denúncia. Servidores são investigados por cobrar propina para podar e remover árvores em Maringá. MP-PR No ano passado, a prefeitura informou que os quatro servidores citados na investigação foram afastados. Na nova nota enviada à RPC, afiliada a TV Globo no Paraná, o município informou que está o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) está em andamento para apuração do caso e aplicação das medidas cabíveis. A prefeitura disse também que os servidores estão trabalhando no momento e qualquer medida só poderá ser tomada após a finalização do processo. "A Prefeitura de Maringá informa que em relação aos servidores investigados está em andamento Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apuração do caso e aplicação das medidas cabíveis. O processo é conduzido por uma comissão de servidores e segue os trâmites legais previstos no Estatuto do Servidor (Lei nº 239/1998). Conforme prevê o artigo 206 da lei, o afastamento das funções ocorre quando há tentativa de interferência do servidor no processo. De acordo com a lei, o trâmite nestes casos é: abertura da sindicância, que foi finalizada em julho deste ano. A sindicância apontou para a abertura de processo administrativo, que teve início em agosto deste ano", informou a prefeitura. Em contato com o ex-prefeito Ulisses Maia, que atuava na gestão de Maringá quando o pagamento de propina aos servidores começou, ele informou que a apuração da denúncia foi aberta ainda durante a gestão dele, "demonstrando o compromisso com a transparência e a ética". Segundo o promotor, duas investigações criminais, decorrentes da operação, ainda estão sendo realizadas. Elas apuram mais 15 fatos suspeitos de enquadramento como crimes de corrupção. "Nós devemos terminar as investigações e oferecer as denúncias ainda esse ano. Nós estimamos que pelo menos mais uns 30 fatos de corrupção comprovados, a gente deve promover nessa denúncia", comentou o promotor. VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Norte e Noroeste.